Photoshop: há limites

“Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina”
Letra da música Ciranda da Bailarina de Edú Lobo e Chico Buarque

É inevitável durante uma sessão de retratos, a pessoa, em tom de brincadeira (mas no íntimo torcendo para que eu leve a sério o pedido):
-Tem como tirar dez ou quinze anos no Photoshop?
Ter tem, mas eu tenho um padrão para retratos corporativos em que procuro fazer correções só em problemas temporários. Por exemplo, um corte na hora de barbear ou uma espinha naqueles dias. Marcas de tempo, como pés de galinha ou linhas na testa eu evito porque transformam radicalmente as feições. Imagens corporativas, sejam retratos, produtos, ambientes de trabalho ou ações, têm que passar credibilidade editorial. Pior do que inventar uma realidade é ser pego na mentira. Fotografei uma consultora, que apesar dos meus avisos e de tanto ela insistir (e pagar) fiz um tratamento nas imagens radical. Ela foi dar uma palestra e mandou as imagens com parte do material de divulgação. Antes da palestra foi promovido um brunch: ela só foi reconhecida depois quando foi para chamada o púlpito.
Um fotógrafo especialista em retratos corporativos já faz uma luz que seja favorável e trabalha com lentes e ângulos que ajudam o fotografado. O tratamento eletrônico posterior deve servir apenas como suporte para detalhes. Digamos que o excesso de retoque afeta a credibilidade da imagem.
Para dar menos trabalho para o tratamento da imagem, não existe muito mistério, qualidade de vida que a pessoa leva reflete diretamente nas fotografias. Nós somos aquilo que comemos, bebemos e respiramos. Mesmo no mundo louco em que vivemos com pequenas ações pode-se melhorar muito a aparência.

Um link interessante: http://photoshopdisasters.blogspot.com/